28 de maio de 2008

Novo Endereço do Blog


Salve Focus Filmes! Depois de lançar o genial Castelo de Cagliostro, a distribuidora anuncia mas um clássico do Studio Ghibli. Dessa vez, em homenagem ao blog, será Panka Kopanda de Isao Takahaka. Panda Kopanda, como eu já disse nesse post, são 2 curtas que contam a história de um Panda parecido com o Totoro.

Segundo o site JBox, o lançamento será dia 9 de Julho, 10 dias antes da estréia de Ponyo no Japão. E pelo ritmo que a coisa anda, é provável que a Focus lance mais animações do Studio Ghibli este ano. Tomara!


Assim que algum site começar a pré venda, eu vou atualizar os links aqui neste post e retirar os links para download do outro post; então quem quiser baixar é melhor correr. Agora se você preferir o DVD original, melhor ainda!

14 de maio de 2008

Ponyo Music!

Já está disponível para download o Torrent do Image Album de Ponyo! Por ser relativamente novo, o arquivo ainda tem poucos seed, mas já da para baixar. O link é http://www.nyaatorrents.org/?page=download&tid=17901

Além disso, o álbum da Trilha Sonora que será efetivamente usada no filme está previsto para ser lançado no dia 16 de Julho no Japão - 3 dias antes da estréia do filme. Serão 40 músicas, sendo algumas bem curtinhas, de 5 segundos.

Para quem está curioso e quer dar uma olhada em uma das músicas (do Image Album!), pode dar uma olhada nesse vídeo do YouTube. No vídeo, a música Umi no okasan (Mãe do Mar) é ilustrada por uma figura de Kazuo Oga. Não sei se é viagem, mas notei uma semelhança entre essa música e o tema utilizado por Yuji Nomi para a composição da trilha sonora de Mimi wo Sumaseba (Yoshifumi Kondo), filme que alias, está para ganhar um post aqui...


[youtube=http://youtube.com/watch?v=9yVGvRa6bUE]

Quem ainda não conhece a música tema de Ponyo, pode ver este vídeo ultra feliz do tema e ser feliz:

[youtube=http://youtube.com/watch?v=zQzmohji_3Y]

11 de maio de 2008

Entrevista com Miyazaki sobre Nausicaä (Parte 1)

Em Janeiro de 1995, o fanzine japonês Comic Box publicou uma série de artigos sobre Hayao Miyazaki. Entre eles uma longa entrevista realizada por Ryo Saitani sobre o fim de Nausicaä. A partir de hoje, o Go-panda, vai postar esses artigos traduzidos, a começar pela ótima entrevista. Leia com cuidado, pois apesar de não ter nenhum grande spoiler nessa primeira parte, ambos fazem referências a trechos da série que ainda não foram lançados no Brasil.

Ryo Saitani: Gostaria que você contasse como aconteceram as mudanças na história e nos personagens do começo para o final e comparasse as versão animada e a versão em quadrinhos. Além disso, acredito que a Nausicaä seja uma personagem muito especial, então gostaria que você falasse sobre ela separadamente dos outros personagens e falasse também sobre a teoria dela.

Miyazaki: "Teoria" é uma palavra estranha. Eu acho que eu não a usaria.

Ryo: Entendo. Gostaria de fazer algumas perguntas sobre Nausicaä no contexto da obra como um todo. Gostaria de saber como a sua visão do mundo e da civilização estão refletidas em Nausicaä

Miyazaki: Isso não é algo que eu possa dizer assim [risos]. Isso deveria ser discutido por outras pessoas.

Ryo: Quais são as suas considerações sobre os personagens? E como o papel de cada um mudou desde o começo? Eu ouvi dizer que os personagens geralmente agem por si mesmo, mas isso realmente aconteceu ou você estava controlando as ações deles? Por favor, fale um pouco sobre eles.

Miyazaki: Se eu tivesse escrito a história de uma vez, eu ainda estaria empolgado com ela e poderia falar sobre ela. Mas ela foi escrita durante muito tempo e quando eu a terminei, ela havia se transformado em algo "maçante", então eu não quero falar sobre isso.

Quando a série terminou, eu não tive nenhum sentimento de realização, nenhum sentimento do tipo "Acabei! Eu consegui!". Em 1993, eu pensava que a séria seria acabada em um ano, mas apesar de eu ter trabalhado fervorosamente por dois meses depois disso, eu ainda não estava satisfeito. Eu sabia que fisicamente eu estava pronto para terminá-la. Saiba que eu não tinha ninguém me pressionado para acabá-la naquele momento, foi algo que decidi por mim mesmo. O editor me disse que eu poderia continuá-la por quanto tempo eu quisesse.

Assim, decidi acabá-la por espontânea vontade. Mas ainda tive dúvidas se isso era o certo a fazer, então eu evitei ficar olhando a história até aquele ponto. Eu havia recebido cópias de todos os capítulos do Yoshi Kobayashi (o encarregado do departamento de edição da Animage), mas não senti vontade de lê-los. Eu estava assustado. [risos] Finalmente, para terminar o ultimo volume, eu olhei os capítulos 2 dias antes de entregar tudo. Não sem tremer muito. De certa forma eu estava aliviado. Eles estavam [muito]* bons - apesar de ser estranho dizer isso sobre o próprio trabalho. Não que eu tivesse esquecido aquilo que havia escrito, e sim que eu me esforcei para esquecer. Foi assustador. O que eu escrevi? [risos] Foi doloroso. É verdade! Eu ainda fiquei imaginando se aquela era a conclusão adequada para Nausicaä, mas não conseguia me convencer. Até agora não tenho certeza.

Ryo: Acho que pode ter sido melhor terminar a história em um ano. Nos últimos sete dias da história, no cemitério de Shuwa, o clima da história havia mudado e ela foi concluída toda de uma só vez. De um ponto decisivo, até o clímax, foi excitante, mas a história até aquele ponto tinha provocado uma atmosfera de alta civilização, e logo ela se transformou em espiritualismo ou misticismo.

Miyazaki: Sim, de fato, Isso ocorreu devido ao fato de Nausicaä e o Ohmu estavam juntos sem mais ninguém.

Ryo: E isso foi bom, não foi? Apesar de fazer parecer que a história foi concluída de uma só vez.

Miyazaki: Continuar Nausicaä por aquele ultimo amo foi realmente difícil apesar de não saber exatamente o porquê. Acho que o problema era que eu tinha que escrever o que eu não sabia!! Escrever o que se sabe é uma coisa, mas eu tinha que escrever sobre o que eu não sabia. Quando dei vazão as minhas confusas idéias, vários pontos fracos apareceram e eu tive que lidar com eles.

Em outras palavras, enquanto esses pensamentos sobre como o mundo de Nausicaä era estavam flutuando pela minha cabeça, eles ficavam colidindo com outras idéias, uma vez que eu estava planejando esse mundo desde 1980. E isso levou a vários problemas. Algumas coisas simplesmente não faziam sentido. O mundo não poderia ser tão inconsistente. Eu fui forçado a repensar o significado do Mar Podre, por exemplo, ou o que exatamente o Ohmu representa.

Quando eu estava escrevendo, eu não escrevi baseado presumindo que "isso" era lógico, então "aquilo" também tem que ser. Ao invés disso, eu pensava, se "isso" é o que vai acontecer, então "aquilo" é o que vai vir depois. Por exemplo, como eu já estava pensando que a Nausicaä se machucaria de alguma forma, eu presumi que ela iria acreditar que a mãe dela não a amava. Os leitores conseguiriam se compadecer com isso e isso iria dar-lhes uma alça na personagem. Para finalizar isso tudo, tudo deveria se unido, certo? [risos] Foi realmente cansativo. Eu tive que ir tão longe que cheguei a pensar no sentido da vida. Eu não sei, então foi muito difícil.

6 de maio de 2008

Castle in the Sky

Tenkuu no Shiro Rapyuta é o primeiro filme oficialmente considerado do Studio Ghibli; foi lançado em 1986 com o impulso dado pelo sucesso de Nausicaä (1984).

Mais conhecido como Laputa, o filme conta a história de uma garota chamada Sheeta que, tentando escapar de agentes de governo e de piratas do ar conhece Pazu, um garoto cujo sonho é encontrar Laputa, um castelo construído em uma ilha voadora! Juntos, os dois tem que lutar para não serem capturados enquanto procuram qual será a ligação de Sheeta com Laputa.

Apesar do enredo ser bolado pelo próprio Miyazaki, o nome Laputa - que pode parecer um pouco estranho para nós -, foi emprestado de Jonathan Swift, autor de Viagens de Gulliver. Apesar de Swift saber o que Laputa poderia significar em línguas latinas, como a palavra não tem significado algum para os japoneses, não se sabe se Miyazaki conhecia o outro sentido.

Quem conhece o Museu do Studio Ghibli provavelmente já viu a foto de uma escultura de um robô gigante cor de cobre ou a de um cubo de pedra com algumas inscrições. O robô é um dos personagens do filme e a pedra é um dos elementos da ilha voadora.

Para quem nunca assistiu Laputa, sinta-se a vontade para baixar pelos links abaixo:

Torrent:
.torrent

Rapidshare:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4

3 de maio de 2008

Go-Panda de Cara Nova

Devido a algumas mudanças que serão realizadas nas próximas semanas, o Blog Go-Panda está de cara e endereço novos! As mudanças serão apenas técnicas e por isso não afetarão as postagens.

O novo endereço é: http://gopanda.wordpress.com/ A única coisa que muda é que agora gopanda é escrito sem hífen e ao invés de blogspot é wordpress. Inicialmente manterei os dois endereços atualizados; tanto o Blogger quanto o WordPress, mas logo apenas o WordPress será atualizado.


Ao começar o Blog não imaginava que ele teria tanta aceitação e seria tão visitado pelos fãs do Studio Ghibli. Fico muito contente em acompanhar o crescimento dos fãs brasileiros. Por causa disso, além da recente criação do Fórum Go-Panda, mais novidades vêem por ai. Aguardem!


Agradeço muito ao apoio de todos e espero continuar atendendo a expectativa dos leitores com cada vez mais notícias e artigos =]

28 de abril de 2008

Entrevista com Joe Hisaishi

Dias 4 e 5 de Agosto, o compositor Joe Hisaishi se apresentará em concertos no Nippon Budokan (Tokyo). O diretor executivo do Studio Ghibli e Yomiuri Shimbun entrevistaram o músico sobre os concertos. Segue a baixo a tradução do resumo da entrevista disponibilizado por GhibliWorld.


Pergunta: Ouvimos dizer que esse é o primeiro concerto em que você vai tocar somente músicas dos filmes do Miyazaki.

Hisaishi: É uma coisa que eu queria fazer faz algum tempo…

P: Além disso, você conseguiu juntar um grupo muito grande para o concerto. Serão 200 pessoas na orquestra e 400 pessoas no coro.


Hisaishi: A proposta de juntar tanta gente foi minha, mas sei que não será fácil...

P: Faz 25 anos que você trabalha junto com o Miyazaki...

Hisaishi: Nós nos conhecemos durante a produção de Nausicaä (1984). Para dizer a verdade, eu não tinha idéia de quem ele era antes disso. Quando eu fui vê-lo em seu escritório em Asagaya, ele nem se incomodou em me esclarecer sobre o cenário ou ambiente do filme como o “Ohmu” ou o “Fukai”, então eu fiquei um pouco confuso. Apesar disso, eu fiquei com a impressão de ele ser uma pessoa muito pura e audaciosa.

Suzuki: Na verdade, a pessoa que escolheu o Hisaishi foi Takahata (o produtor de Nausicaä). Ele disse que a música do Hisaishi combinaria com Miyazaki por ser inocente, romântica e audaciosa. Como o Miyazaki pensava estar no escuro para a música, ele confiou essa tarefa ao Takahata.

Hisaishi: É verdade. Minhas reuniões eram principalmente com Takahata. Ele me surpreendeu com um grande conhecimento musical.


Suzuki: Apesar disso, Takahata acreditava que o compositor da obra deveria ser trocado de filme para filme. Por isso ele tentou pedir para outra pessoa durante a produção de Laputa, mas no fim, ele decidiu permanecer com Hisaishi.

Hisaishi: Naquela época eu já havia quase desistido de poder trabalhar novamente. Fiquei muito feliz quando recebi a ligação. Eu chorei com o telefonema.

Suzuki: Uma das cenas e músicas mais memoráveis de Totoro é aquela em que a Mei e a Satsuki encontram o Totoro no ponto de ônibus. No inicio, Miyazaki achava que a cena não precisava de música, mas eu achei ficaria melhor com e fui conversar com o Takahata escondido. Ele me disse que com uma música minimalista ficaria bom, e isso era algo em que o Hisaishi é bom. Ele, então, compôs a musica com excelência e até para os adultos a cena mostrou a real existência do Totoro. Assim o Miyazaki concordou com a música.

Hisaishi: Ouvindo isso me sinto obrigado a tocar essa música. Será usada uma grande tela no concerto, pois eu quero tocar junto com as imagens.

P: Qual é, normalmente, o seu processo de criação?

Hisaishi: Eu assisto aos E-kontes ou ao filme, como se estivesse andando em um nevoeiro procurando por um gatilho que dispare minha mente. Esse é o primeiro passo. Quando consigo achar, começo a trabalhar para achar um timbre, qual o tipo de tema ou melodia usar... ou coisa do tipo... De qualquer forma, são muitas preocupações. O ponto mais importante é estar consciente de que eu o primeiro expectador.

Suzuki: Acrescentando, você não tem tempo suficiente para fazê-lo. Geralmente, no Japão, a música é adicionada depois do término dos desenhos.

Hisaishi: Agora está acontecendo exatamente isso (risos).


P: Como está progredindo a trilha de Ponyo?

Hisaishi: Como o protagonista Sosuke tem somente 5 anos, a música também deve ser assim. Uma música com melodia mais simples consegue penetrar em uma mente perspicaz, então estou me esforçando para achar um jeito de expressar o Sosuke. Apesar disso, dessa vez eu tive uma discussão com o Miyazaki e o Suzuki para fazer o image algum e eu sinto que estamos trabalhando nisso juntos. O problema é quando o Miyazaki for ouvir.

Suzuki: É mesmo. Ele geralmente não esquece a primeira impressão.

Hisaishi: Não importa o quanto eu o diga que se trata de um demo, ele não consegue esquecer a primeira impressão. No caso de Mononoke, eu mudei a música tema de volta para a original. Curiosamente, no fim foi uma boa decisão. Miyazaki sempre diz que ele não entende de música, apesar de eu não acreditar que seja verdade.

P: O pôster do concerto é original do Miyazaki?

Suzuki: Eu pensei que ele iria apenas desenhar algo simples com uma caneta, mas ele está se esforçando para pintar o Hisaishi. Ele costuma perguntar, “Como é o rosto dele?” Ele pos várias fotos suas em volta de sua mesa.


Hisaishi: Eu nem tenho como agradecê-lo.

P: Como será a programação?

Hisaishi: Se eu realmente fizer, quero mostrar todos os 9 filmes, de Nausicaä até Ponyo. Eu revi as antigas partituras e assisti novamente a todos os filmes. Eu sinto a grandiosidade das imagens e quero acompanhá-las com minha música. Tocaremos músicas que nunca toquei antes em concertos. Talvez vocês possam aproveitar a força da originalidade.